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  • Foto do escritorRaphael Falcão

Expandindo o Conceito de Liberdade


akira kurosawa, a nevasca, viktor frankl, logoterapia, liberdade, autor: Raphael Falcão

Há quem diga que a liberdade é fruto de um sistema econômico ou uma estrutura político-legal; vejo, porém, que este pensamento é uma das maiores mentiras às quais as pessoas acreditam sem pestanejar, demonstrando por parte das mesmas um total desconhecimento sobre a natureza humana. Diferente do que propõem as ideologias — que hoje estão impregnadas no inconsciente das massas, sobretudo urbanas — , a liberdade real, em todo seu significado, não é uma categoria extrínseca que está mais ou menos presente em certos períodos históricos, mas é algo que vem de dentro do indivíduo e existe a todo momento. Liberdade significa desafiar os destinos biopsicossociais, custe o que custar, pois como dizia Viktor Frankl: mesmo que o ser humano seja uma criatura limitada, ele determina a si mesmo; enquanto o corpo e a mente adoecem e morrem, o espírito é eternamente saudável. Portanto, se abdicada for a capacidade de ir contra esses impulsos, rejeitada é também a própria humanidade.


Não bastasse a ideia de liberdade como um elemento advindo sobretudo de uma entidade externa ser equivocada, é também nociva, pois em face à total impossibilidade de realização total desse desejo, aqueles que se tomam por convencidos dessa ideia, acabam fadados a jamais estarem satisfeitos com a sociedade em que vivem, adentrando em um instante perpétuo, cuja aspiração mais alta concebível é a de construir uma suposta sociedade ideal, construída à própria imagem subjetiva que possuem sobre esse conceito; parafraseando Dostoiévski, sujeitos assim acabam por arquitetar uma torre de babel invertida, cujo propósito não é o de alçar a humanidade aos céus, mas fazer com que os céus desçam até a terra.


Ainda, a ideia é contraproducente, pois enquanto as pessoas estão ocupadas demandando a entidades externas que garantam a sua liberdade, perdem passivamente a verdadeira liberdade para metacapitalistas e grupos políticos que, promovidos pela grande mídia, se utilizam de instrumentos psicológicos e estatísticos robustos para previsão e manipulação do comportamento do público, incentivando comportamentos irracionais que apelam aos sentidos e atrofiam a capacidade de optar diante das circunstâncias; afinal, que tipo de liberdade seria essa que te faz escravo de si mesmo, e dos outros?


Aos que buscam viver verdadeiramente, superando a si mesmos para que possam ajudar — ao invés de atrapalhar — aqueles que os cercam, a solução é clara: imitar aquele que desafiou, e venceu, até mesmo a morte, Jesus Cristo.


“No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.” João 16:33

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